História da Pista do Clube 12

21-07-2023

texto César Gyrão

Instagram @cuidadoperigo_clube12

fonte vídeo Canal Mama Cavalo

 

Documentário sobre a história da pista de skate do Clube Doze – Florianópolis 

Documentário sobre a história da pista de skate do Clube Doze – Florianópolis Como descrever o “snake run” do Clube Doze de Agosto em Jurerê? Construída em 1977, a icônica pista de skate de Floripa até hoje é um bicho esquisito. Em ruínas e tomada pelo mato, nem de longe lembra o que foi nos anos de 1978 e 79, quando abrigou os primeiros eventos de repercussão nacional em pista. O seu diferencial foi ter sido construída num dos morros da sede campestre do clube, descendo por entre pedras e o mato, íngreme demais, com curvas apertadas e transições cavadas, o que a tornava um desafio desde os primeiros momentos. Muito medo e velocidade para controlar.

“Cuidado Perigo” foi o apelido de uma das suas curvas, canto de vários acidentes e que deu nome ao documentário que busca dar luz a uma história que até hoje brilha na memória dos pioneiros do skate catarinense e mesmo das primeiras gerações de skatistas do país. Dos registros da antiga Revista Pop ou da Brasil Skate, de fotos e filmes em Super8 aos últimos dias de sessões de skate regulares neste espaço em VHS, Rodrigo “Jaca” Schulz, começou a juntar as peças para contar esta história por volta do ano de 2009. Com os amigos da produtora Mama Cavalo, Mário de Oliveira Júnior, o “Cachorro”, e os irmãos Dimitri e Gabriel Sândalo Dubrowsky, o doc traz imagens curiosas e depoimentos de membros das gerações dos anos 70, 80 e 90. Um deles, o empresário Serginho Entres, que foi o idealizador dos primeiros campeonatos do local.

A ideia foi a de promover um resgate histórico da cultura do skate em Santa Catarina, incentivando o intercâmbio entre gerações, valorizando o estilo de vida tão questionado, mas que atualmente conquistou respeito como esporte olímpico. “Pode-se dizer que a pista do Clube Doze foi muito importante para o cenário local e nacional, pois ali passaram pelo menos três gerações de skatistas. Destaque para o Campeonato Brasileiro de 1978 que reuniu nomes importantes da época como o carioca Cesinha Chaves, os paulistas Jun Hashimoto, Luis Roberto Formiga e Kao Tai e o catarinense Cesar Gyrão”, comenta Rodrigo Schulz.

Entre altos e baixos do esporte, nos anos 80 a modalidade vertical voltou a ter destaque em várias partes do país, como os Campeonatos Brasileiros de Guaratinguetá (SP), mas a cena catarinense borbulhava com seus circuitos próprios e em 1989, o Clube Doze, em parceria com o skatista Christian Rosa, construiu um half pipe na base do snake run original de Jurerê. Neste mesmo ano, rolou o Clube 12 Invert! Skate Rock, campeonato nacional de vertical, que foi um marco na história da cidade, trazendo novamente vários nomes importantes para a Ilha, dentre eles, os garotos Bob Burnquist e Cristiano Mateus. Nos anos 90, a pista teve um papel importante, sendo um espaço único para a prática do skate, já que não existia o grande número de pistas públicas na região como atualmente.

Naquele tempo, o moderno street skate ganhava mais corpo e o Clube Doze passou a ser o reduto de muitos praticantes desta modalidade em Florianópolis. Sem ter quem mantê-la, a pista foi ficando sem condições de uso após os anos 2000. Hoje, suas curvas de concreto se encontram camufladas pela vegetação do Morro do Forte, em Jurerê.

 

 

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