Entrevista Paulo Kmisa

14-08-2021

Por Veteran Skater

Fotos: Arquivo pessoal Kmisa, Revista Overall, Yeah!

 

 

Paulo Kmisa é da primeira geração de profissionais do Skate de Rua no do Brasil. Lá nos anos 1980, poucos anos após o Street Skate surgir nos EUA, Kmisa foi um dos caras que se adaptaram bem na modalidade e conseguiu destaque. Após uma carreira bem sucedida como Pro Skater e fundar a primeira Escola de Skate, se tornou representante comercial e mudou para Bahia, onde leva a vida com a família e o seu Skate.

Paulo Costa

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Paulo Henrique Soares Bruno

52 anos

38 anos de skate

Representante Comercial

Paulistano / SP (Moro hoje em Lauro de Freitas / Bahia)

Casado e tenho 2 filhos homens (20 e 11 anos)

 

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Como foi o seu primeiro contato com o Skate?

Conheci o Skate através do meu vizinho, o Toninho, que já andava na extinta Wave Park e também fazia rampas na minha rua.

Lá no início, quais os amigos de sessão?

Meus parceiros de sessão eram; Wanderley Bolão (meu grande parceiro de sessão), Dery, Luizinho, Not Dead, Pauzine, Celão (RIP), Thronn, Rogério Lance, Wilson Neguinho, Piva e Grão, entre outros Moemagens e Ibiraboys.

 

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Por que Kmisa?

O apelido Camisa vem da infância porque eu não tirava a camisa do Corinthians. Depois, já no Skate, o meu parceiro Thronn disse que eu não era uma camisa e sim o Kmisa do Skate.

Quanto levou sua carreira entre Amador e Profissional?

Comecei a participar de campeonatos em 1986 como amador e no final de 1988 lancei o meu Pro Model pela Cia do Skate e me tornei profissional, competindo até 1993.

 

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Quais foram os seus patrocínios

Meus patrocinadores na época foram; Axxion, Skin Reds, Brazilian Masters, Dheath Zone, Pro Life, Cia do Skate, Narina e Cairê.

A mídia da época eram as revistas e os zines. Qual a sua primeira foto em revista?

Minha primeira foto em revista foi em um dos Campeonato Brasileiros de Guaratinguetá e saiu na Revista Yeah.

Você andava no vertical e/ou outras modalidades?

Andava na rua, pois não tinham muitas pistas nessa época. Andava também em Mini Rampa e Banks.

 

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Celso Not Dead e Kamisa

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Quais as suas melhores colocações em campeonatos?

5º lugar no Brasileiro de Guará

Campeão da ABS

Campeão do Skate Coca Cola em Porto Alegre-RS

Campeão do Mad Rats (pista de São Bernardo do Campo-SP)

4º lugar na Ladeira da Morte (Brasileiro de DHS)

Com tanto tempo de Skate e tendo sido um Pro Skater de destaque, conte-nos uma história memorável no Skate…

A primeira apresentação de Skate na Cidade de São Carlos-SP. A rua estava lotada para nos ver andar de Skate, sessão de autógrafos, fotos… Não acreditava no que estava acontecendo! Não estávamos acostumados com tudo aquilo (rsrsrs)… Depois dessa fizemos várias Demos no interior de São Paulo, no Sul, Minas Gerais e Nordeste.

Quais Skatistas inspiraram o seu Skate?

Mark Gonzalez, Natas Kaupas, Christian Hosoi, Thron, Álvaro Porque e Daniel Kim.

Você teve Pro Model de Shape?

Sim, tive meu Pro Model da Cia do Skate (Marca dos anos 80).

 

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Na sua época de Pro, era possível se manter financeiramente ou era uma espécie de Semi Profissionalismo?

Tive bons contratos com a Axxion e a Pro Life, que me pagavam um bom salário. Nessa época também tive a primeira escola de Street Skate do Brasil

Nas várias oscilações que o Skate teve, você parou de andar alguma vez?

Em 1995 por conta do Plano Collor (1990) e falência das principais marcas. Na época parei de competir e tive que trabalhar, não podia mais andar DE Skate todos os dias., mas não fiquei sem andar totalmente.

Qual sua manobra preferida?

Wall Rider

 

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Você competiu até 1993 então ainda pegou a nova geração chegando. Você lembra quem te chamava mais atenção daquela nova geração?

Sim, lembro bem dos primeiros a se destacarem da geração de 90. Daniel Arnoni (Danielzinho), Tarobinha (que já andava com a gente em Moema), o Biano Bianchinni e Nilton Neves (Urina).

No Street Skate dos anos 80 as manobras eram com as mãos; boneless, bean plants, plnats/inverts, jump ramps e até alguns tipos de Wall Rides. Depois as manobras foram ficando No Hands, com a influência do Freestyle. Você conseguiu fazer a transição pro novo estilo?

Sim como nós andávamos bastante no Ibira já fazíamos bastante manobras no solo, Flips e Shov-Its, etc.

Como aconteceu a mudança pro Nordeste e há quanto tempo já mora aqui?

Mudei para Salvador em 2003. Vim para trabalhar como representante da Surf Co. Vendfia Hang Loose e Reef.

 

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Quando começou sua história com o Jiu Jitsu e como se desenvolveu?  Outro membro da Moemagem, o Luisinho, também é do Jiu Jitsu. Vocês começaram juntos?

Comecei a treinar jiu-jítsu com o meu aluno de Skate, o Mestre Roberto Godoi. Fui campeão em todas as faixas E hoje sou Faixa Preta Quinto Grau. O Luizinho chegou a ser meu aluno.

Conte-nos um pouco sobre a Moemagem,…

Morávamos todos em Moema e já andávamos juntos. Antes do Skate tínhamos um quarter pipe na avenida jurema, onde juntávamos uma galera para andar com a gente. Chegávamos nos campeonatos de Skate em bando e o Thronn nos apelidou a gente de Mal Imagem e consequentemente viramos a Moemagem.

Os membros da Moemagem tem contato até hoje? Além de você quem ainda anda de skate?

Nos encontramos até hoje! Temos um grupo da Moemagem, todo ano fazemos uma festa no final do ano para reunir toda a galera. O Not Dead é ator e faz às locações dos filmes e grandes produções de cinema, o Bolão está em SP, é Pastor Evangélico e tem o projeto social @bigbol. O Luisinho ainda anda e o Dery hoje compete no slalom.

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O Ibirapuera fica próxima a Moema. Você frequentava muito esse que é um dos picos lendários do skate brasileiro?

O Ibirapuera é um bairro vizinho de Moema e o parque do Ibira sempre foi o nosso quintal de casa. As sessões no Ibira eram incríveis! Fábio Bolota, Lance, Thronn, Poise, Daniel Kim, Chorão, Fernandinho Batmam, Wilson Neguinho, Mestre Paztel, Piva, Taroba… Além de toda galera do Freestyle como; Folha, Folhinha, Ed Gralha e Per Canguru.

Você acompanha o Skate hoje? Skatistas, as manobras, etc…

Tenho um showroom em Salvador e represento a DC, Drop Family, Huf e G5S, então continuo vivendo o mundo do Skate. Essa nova geração elevou o nível do Skate.

 

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Releitura do Model Kmisa. Versão 2021

 

Com que frequência você anda hoje em dia?

Ando 3 vezes por semana, ando na rua e na pista de Lauro de Freitas e no Parque dos Ventos em Salvador. Quando estou em São Paulo ando na Pista do Chuvisco.

Como você viu o skate nas olimpíadas?

O Skate mudou a cara das Olimpíadas. Foi muito bom, me senti representado por cada um dos Skaters que participaram e mostraram para o mundo o nosso estilo de vida e os brasileiros arrebentaram. Vamos viver novos tempos com essa exposição do Skate Olímpico, mas não podemos perder a verdadeira essência do Skateboard.

 

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Pista da Saúde

 

Palavras finais…

Queria agradecer o @blogveteranskater por resgatar a minha caminhada no Skate. Graças a Deus a chama continua acessa. Skate por toda vida!

 

Mais sobre Paulo Kmisa em https://www.instagram.com/kamisa/

 

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