INTRVW GUI BARBOSA
por Paulo Costa/Veteran Skater
fotos Arquivo pessoal
“Falar do amigo Gui é fácil! O cara é Prata da Casa, criado no Banks do Itaguará Country Clube. Desde pequeno já mostrava muita base e não demorou muito pra virar um multicampeão, um verdadeiro gênio do Skate, um cara visionário que anos mais tarde viria a criar o complexo skatístico Vert In Roça, que ajudou e muito no engrandecimento do Skate nacional. Nós do ICC temos ele como ídolo e eu tenho a honra e orgulho de tê-lo como meu amigo, Valeu Gui!”
Eduardo “Yndyo” Tassara
Lendário Skatista e proprietátio do
Gui Barbosa
45 Anos
35 Anos de Skate
Casado
Proprietário do Vert In Roça
De Guaratinguetá/SP
Aquela velha pergunta: Como tudo começou?
Tudo começou 1986, quando subi no skate do meu irmão Léo Kakinho, no quintal de casa, Foi uma sensação ímpar, que está em mim até hoje.
Naquela época houve apoio imediato dos seus pais com relação ao skate?
Sim, meus pais sempre apoiaram, mas não pensavam que ia ser tão sério, que seria um estilo de vida, que seria meu trabalho e tudo mais.
Com que frequência você andava de skate nos anos 80?
Andava todos os dias, pois, morava ao lado do clube Itaguará. Depois da escola corria pra lá.
Lembro-me de ver mais fotos suas no Vertical. A modalidade era o seu foco?
Andava em tudo, Bowl, Banks, Half, Street e descia ladeira. Mas sou um bowl Rider nato!
Tinha algum tipo de manobra que você mais gostava e/OU tinha mais facilidade?
Gostava de dar todas as manobras, aéreos, bordas, plants. No skate você tem que ser completo e apreciar todas as sensações.
Você vem de Guará, cidade importante para a evolução do skate brasileiro, e de um período de alta no Skate da cidade. Muitos skatistas, ídolos… Quais te inspiraram no skate?
Muitos skatistas me ajudaram no meu modo de andar. Mureta, Álvaro Por Quê?, Bruno Brown (RIP), Macau, Léo Kakinho e meus tutores de Guará; Eduardo Yndyo, Nando Tassara e Antônio Júnior. Além de vários gringos que me inspiraram.
Além dos históricos Bowl e Banks do Itaguará, onde mais se andava de Skate em Guará?
Fiz muito street também e saia percorrendo as ruas. Gostava muito de ir ao Coreto, Matriz e Escolas.
Você foi da lendária equipe Urgh! dos anos 1980. Como foi fazer parte daquele grupo?
Foi bom demais fazer parte de uma equipe! Conheci muitas pessoas, competi bastante e vivi o life style da época. Ali conheci a galerinha da ultra, de onde veio meu gosto por Half Pipe.
Você gostava de competir ou era mais ligado ao Free Skate?
Gosto de competição porque encontro meus amigos. Mas na minha época não tinha mais competição, então fui apenas desenvolver meu skate e continuar vivendo o life style. Talvez isso tenha despertado meu desejo de fazer eventos pra manter a chama acesa.
Com a queda do Skate nos anos 1990 você continuou andando?
Nunca parei de andar, são 35 anos ininterruptos sem existir a possibilidade disso.
Você tem um excelente nível de skate. Como é o Skate hoje? Sessões, parceiros de sessão…
O skate está incrível em relação a material, pistas e manobras. Hoje um garoto que compete no iniciante realiza manobras que um semi pro da década de 1980 nem sonhava em fazer.
O skate não para, a garotada está incrível.cProcuro evoluir com eles também, desenvolvendo rampas, manobras e fazendo eventos. Ando quase todos os dias! Se não estou andando, faço rampas, faço eventos ou preparo meu corpo com Pilates e musculação.
Como surgiu toda a ideia do Vert In Roça?
O Vert in roça surgiu em 2003 após o falecimento de meu pai, conto toda a história dele no Instagram do @vertinroca18anos deem uma conferida lá.
Conte-nos como funciona o VIR…
Hoje ele é um centro de treinamento e meu laboratório de rampas. Ali está todo minha energia e vida que levo. Moro no VIR também e espero contribuir para o skate deixando o legado para as futuras gerações fortalecendo do meu jeito o Skate Park, Half e Bowl brasileiro.
Qual a primeira rampa do VIR, quantas e quais são e qual a última construída? Qual será a próxima?
Foi o half pipe a primeira pista, depois o Quadri Banks, aumento do Quadri, depois a Kakos Pool, rampas anexas do Quadri Glads. Sempre estarei construindo… Agora vou fazer um Street com ruas ligando as pistas.
No VIR você fez tudo com recursos financeiros e conhecimento de construção próprios ou teve suporte?
Sempre tive suporte. Fiz com meu dinheiro e dinheiro de amigos que estão comigo e acreditam na minha essência. A maioria os filhos deles andam comigo até hoje. Viramos uma família.
Você e seu irmão (Leo Kakinho) são dois nomes com um forte papel na construção do Skate brasileiro. Ele com toda a história do Rio Tavares e dos anos 1980 e Você com a sua história e o VIR. Há anos seu sobrinho também é um nome forte. Vocês se comunicam, trocam ideias… Fale um pouco sobre isso…
Falo com meu irmão direto! Falamos sobre campeonatos sobre o Vi 9Kakinho), sobre Surf e a atitude da galera… kkk. Estamos conectados pelo skate!
Você também chegou a morar em Florianópolis? Costuma ir lá?
Morei 3 anos lá, praticamente. Precisei construir pistas e andar de skate por lá, foi uma das melhores fases de minha vida, aprendi muito e fiz grandes amigos.
E seu envolvimento com a música? Você toca guitarra?
Eu tento tocar. Gosto de tocar pra me divertir e montei uma banda a Spectrogarça. Mas é zoeira das boas.
Seu filho anda de skate?
Anda. Ele se diverte muito com skate mas é na dele. Bem parecido comigo… kkk.
Andando de skate há tanto tempo você citaria alguns momentos marcantes na sua trajetória?
Tem muitos, mas um que me marcou foi vendo o Bruno Brown (RIP) andar lá no clube (Itaguará), numa pista lenta ele andava com corpo pra dentro e não saia da pista, então comecei a me inspirar nele em minhas linhas.
Você acompanha de perto o que acontece com o skate no Brasil e no mundo?
Vejo tudo, acompanho tudo, tenho que estar por dentro, pois, gosto e trabalho com isso. Preciso estar sempre atualizado.
Sobre o skate nas olimpíadas? Qual sua opinião?
O skate tem infinitas possibilidades e uma delas é ser olímpico. Está sendo muito bom para todos que lutaram por algo no skate e quem não gosta que não participe. Viva no estilo que quiser. Quem gosta que corra atrás.
Uma mensagem pra finalizar…
Todos meus amigos Old Schools, que nunca deixem de andar de Skate e que mantenha a chama acesa. Cuidem do seu corpo porque o Skate destrói.
Saiba mais sobre Gui Barbosa e o Vert In Roça nos links abaixo.
https://www.instagram.com/vertinroca18anos/
https://www.instagram.com/guivertinroca/
https://www.facebook.com/guilherme.barbosa.16144606
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