Repost: Cesinha Chaves 2009
por paulo costa/veteranskater
fotos arquivo cesinha
No ano de 2008 nascia o www.veteranskate.blogspot.com. A partir da minha própria curiosidade de saber sobre o paradeiro de pessoas históricas do skate brasileiro e também por achar que outros também teriam interesse pela rica história do skate brasileiro.
O Sr. Cesinha Chaves foi o nosso primeiro entrevistado, em março de 2009, com muita boa vontade e por isso sou muito grato pela consideração deste que é um dos maiores skatistas que conheço.
Se estivéssemos em um ambiente onde só skatistas tivessem acesso, seria desnecessário a apresentação do nosso entrevistado, porém, já que estamos em um lugar onde pessoas de todos os tipos, idades, culturas, etc. tem acesso isto se faz necessário.
Cesar Diniz Chaves ou Cesinha Chaves, 53 anos, 41 de skate, além de ser um patrimônio do skate Brasileiro pode ser considerado um dos maiores divulgadores do skate Brasuca ao longo da história do skate por aqui. Sempre na vanguarda, Cesinha fez parte do staff de uma das primeiras revista de skate do Brasil (Brasil Skate, anos 1970), foi o primeiro skatista a visitar os EUA com único objetivo de aperfeiçoar seu skate, foi o primeiro a colocar skate em um programa de televisão (Realce em 1983), o primeiro a colocar um site brasileiro de skate na net (Brasil Skate) entre muitas outras coisas que fez. Mais recentemente colocou no mercado o primeiro filme Brasileiro de skate em piscinas.
Nesta breve entrevista, você conhecerá um pouco mais desse skatista, produtor de TV e budista, por suas próprias palavras.
E ai Cesinha, quando foi a última session?
Fim de semana passado nas Paineiras.
Com que frequência você anda de skate e com quem?
Ando muito menos do que eu gostaria… Quando dá muita vontade, dou umas voltas na pista da Praça do Ó ou na Lagoa. Ando muito sozinho mesmo e as vezes com o Come Rato. A gente arma umas sessions.
Você costuma andar sempre em uma pista específica ou varia sempre o local das sessions?
Ando mais na pista da Praça do Ó e nas Paineiras, ou quando viajo.
Com relação as competições? Está na ativa?
Corri o Swell Old Is Cool no RS e o Old School Skate Jam em 2008. Mas pra continuar a competir só se passar a categoria Legends para mais de 45 anos, correr com “os moleques de 40 e pouco, pra mim com 53 fica difícil! (rs)
Lembro de você no Alaternativa Rock Skate, etapa de Recife, cabelão e tal… Tem lembranças desse champ?
Sim. Era um evento que rolou no Rio, Minas gerais e na Bahia também. Tinha música e skate num half pipe e a competição era no sistema de homem a homem. Você já entrava ganhando uma graninha, e a medida que avançava ia crescendo o prêmio. Lembro do Ed Mota anunciando a premiação com muito suingue brincando coma as palavras Ueda e Dinho. Clássico!
O que você conhece sobre o skate no nordeste?
Conheço muito pouco sobre o skate no nordeste.
Sobre campeonatos e skate, qual sua opinião? Fala-se muito de que as competições não são importantes. Você acha isso real ou é muita falácia?
Campeonatos fazem parte do skate, mas skate não é só campeonato.
Qual sua lista dos top 10 do skate brasileiro de todos os tempos?
Mureta, Jun Hashimoto, Fernandinho Batman, Ernesto Tello, Gui e Kakinho Godoy, Álvaro Porquê, Bob Burnquist, Yuppie e Nilton Urina
Você é um cara que veio do surf em uma época em que o skate e os skatistas não tinham uma cultura própria. Você acha que hoje a cultura do skate e do surf tem algo em comum ou são bastante distintas?
Isso vai variar muito do local onde essas culturas estão localizadas. Normalmente, perto do litoral a ligação é bem maior pois tem muito skatista que pega onda e vice versa.
Você é do Rio, um dos primeiros skatistas do Brasil, sempre esteve na vanguarda com relação ao skate mídia. Revista, televisão, internet e etc. Apesar de o Rio sempre ter skatistas de ponta, pistas históricas como Campo Grande e a do Arpoador, porém, não é a potência que poderia ser no skate brasileiro. Qual sua visão sobre isso?
O Rio é “for fun” … Não é a tendência natural de se centrar nos “business”. Por exemplo no Rio existem milhares e milhares de surfistas que não estão nem aí para o mundo do surf profissional. Só querem é surfar. Eu acho que o mesmo acontece com o skate.
Os skatistas Brasileiros já conquistaram a algum tempo o respeito do seu skate no mundo. Como é pra você poder assistir tudo isso, pois você vem da raiz do skate por aqui…
O legal é ver que construí minha vida em cima de algo que sempre me deu prazer e era visto como “underground” e hoje é fonte não só de diversão, mas de sustento para muitos!
Você realmente tem um grande amor pelo pool skating, não? Lembro daqueles matérias do VIBRAÇÃO… Qual é o feeling?
Isso veio do meu comecinho no skate. A revista Skateboarder com a série de artigos sobre Dogtown fez minha cabeça na época. Assim comecei a perseguir essa possibilidade que acabou virando quase que uma necessidade vital pra mim!
Lancei um DVD sobre skate em piscinas, Light, Love & Death e mantenho o CeXa’s Podcast, onde vou colocando as sessions nas backyard pools.
Pra adquirir o DVD acesse www.brasilskate.com/DVDT.html
Para se ligar no CeXa’s Podcsast acesse www.brasilskate.com.
Quais os seus top 5 do pool skating?
Christian Hosoi, Darrel Delgado, Salba, Dave Reul e Tony Alva.
Nos EUA existe uma grande valorização dos Old Schools. Patrocínios, peças sendo reeditadas, novas peças sendo lançadas, eventos e tudo o mais, e com todo merecimento. Você não acha que já é tempo da versão Brasileira acontecer já que temos uma história tão rica?
Eu estou esperando faz tempo chegar por aqui…. Estou prontinho! (rs)
O retorno das pistas sinuosas, carvings, do bowl riding, foi muito importante pro skate em todos os aspectos, não?
Sem dúvida foi o que fez o skate literalmente andar de novo! Vamos passar a ter um nova geração de skatistas completos que andam em tudo, sem essa de especialidade.
E a família Chaves, participa do seu lifestyle?
Nem tanto. A minha filha Alice até já se aventurou mais no skate, mas ela é mais pra intelectual do que esportista.
Nos fale sobre essa sua nova fase espiritual, do desapego das coisas materiais. Você deve ter peças únicas do acervo do skate Brasileiro. Foi fácil colocar em prática a filosofia?
Prática é a palavra-chave aqui. Como diz o ditado: “a prática leva à perfeição”. Não adianta ler, estudar etc.… Se não se praticar. Sou praticante do Budismo de Nitiren Daishonin e duas vezes por dia, todos os dias, faço a minha prática, assim como faço o Budismo vivo, que não é nada mais que mostrar para as pessoas a existência da Lei da Causa e Efeito que rege a tudo e todos e o próprio Universo, a que chamamos de Nam myoho rengue kyo. (Pronuncia-se Nãm miôrrô renguê quiô). Com essa prática diária Budista, que é a recitação diária da Lei, aos poucos vamos entrando em sintonia com a Lei e com o Universo, elevamos nosso estado de vida e automaticamente passamos a fazer coisas boas que irão com certeza gerar bons efeitos. Para saber mais sobre o Budismo de Nitrirem Daishonin e o Nam myoho rengue kyo, acesse o meu blog em http://www.budanaweb.com/
Quanto ao brechó Old School, foi muito legal ver as pessoas contentes com o “garimpo” de muitas “velharias históricas” que estavam guardadas por um bom tempo. Foi uma boa chance de colocar para rodar essa informação que estava praticamente estagnada e ainda, ao mesmo tempo, fazer muita gente feliz! Ainda tenho muito material pra colocar na roda e devo promover em breve um novo encontro para passar esses registros históricos para diante pois é importante se conhecer o passado.
“Se deseja saber que causas foram feitas no passado, observe os resultados que se manifestam no presente. E deseja saber que resultados serão manifestados no futuro observe as causas que estão sendo feitas no presente.” (Sakyamuni)
Com a sua experiência de vida e de skateboard qual a mensagem que você deixa pra nós?
Skate é determinação. É o levantar-se só. Você e seu skate. Não tem limite. Depende apenas de você. Quer mensagem melhor que essa?
Visite isk8trannies.blogspot.com.br
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