Entrevista: Mônica Polistchuk

15-12-2016

por paulo costa/veteranskater

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Andar de skate nos anos 80 não era algo bem visto para maior parte da sociedade, imagine se você era uma skatista?  No meio dos marmanjos, pouquíssimas mulheres se aventuravam e entre estas estava Monica Polistchuk, de São Bernardo do Campo/SP.

A pioneira Mônica mora atualmente com seus três filhos (dois homens e uma mulher) na cidade de Cheam, no Reino Unido e de lá nos presenteou com um pouco da sua história no skate.

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Pista de São Bernardo do Campo/SP

 

 “Sou de SBC, conheci skate na Wave Cat (Pista icônica dos anos 1980 em São Bernardo do Campo) nos anos 1980 quando tinha meus 12 anos. Meu maior incentivador foi meu amigo Sérgio Negão e assim, além dele tive a sorte de conhecer grandes figuras do skate brasileiro. Com o fechamento da Wave Cat, continuei andando na pista pública de SBC”

 

Sua família apoiava o seu skate?

Vixi! Eu era rebelde e sem futuro (rs). Mas sempre trabalhei desde os meus 13 anos e em troca exigi minha independência, ignorando a todos e traçando meu próprio caminho, deixando de lado tudo que não me interessava e na minha primeira oportunidade fui, aos 18 anos, pros Estados Unidos e por lá fiquei.

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“Na época que eu era patrocinada pela OP”. Foto Petrônio Vilela

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Freestyle no Ibira em 1986. Foto Diorandi Nagao

Como você fazia pra conseguir os materiais pra andar?

Tudo fruto do meu trabalho. Para viajar, uma parte vinha do meu trabalho e a outra do patrocínio. Eu ainda vendia os prêmios dos campeonatos.

Que outras garotas se destacaram como você nos 80?

Leni (Cobra), streeteira que andava no Ibira e Renatinha Paschini eu considero, pois, além de andar o suficiente para serem consideradas skatistas, também colaboraram para o desenvolvimento do skate.

Depois vieram a geração dos 90 com Liz Araújo, Ana Paula Negrão, Tati… Depois apareceram Karen Jones e Estefânia, dai veio a popularização.

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Street no Ibira em 1986. Foto Diorandi Nagao

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Como amigos nos anos 1980.

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No freestyle. Overall skater. Foto Diorandi Nagao

“Achar garotas skatistas era algo difícil! Uma ou outra aparecia, mas logo desaparecia. Em 1982,83 e 84, tivemos categoria de feminino de Half Pipe em Florianópolis mas eram apenas quatro garotas no total. Quando começou a época do street forte, apareceram mais algumas em São Paulo, principalmente depois que aconteceu o primeiro campeonato de street em Santos, que também teve a categoria feminina e depois alguns campeonatos de street em São Paulo e em Guaratinguetá”

Você chegou a parar de andar durante todo esse tempo de skate?

Passei dos 22 aos 30 sem andar, que foi o período em que fui casada. Fazem dezoito anos que voltei.

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Mais uma com ícones do skate brasileiro. Foto Nagao

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“Eu em 1987 fui para Los Angeles com uns oito skatistas, eles voltaram mas eu permaneci em LA por um ano. Voltei no ano seguinte e teve a copa de skate em São Paulo. Logo depois casei e minha vida mudou enormemente e sai do cenário de skate, porém, voltei uma década depois e três filhos. Achei que nunca mais andaria de skate”

Onde você está morando o skate é bem desenvolvido?

Aqui tem bons skatistas e pistas, mas a popularidade do skate não é tão grande. É muito frio e isso atrapalha um pouco e também tem o snowboard como opção pra garotada.

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House Of Vans

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A quantos anos você está ai e em que área trabalha?

Estou a nove anos. Vim trabalhar como chef de cozinha e terminar de criar meus filhos. Agora que eles já terminaram a High School, já voltaram pro Brasil. Eu voltarei em seis meses.

Os seus filhos tem o skate na veia também?

Um deles anda bastante. O outro prefere computadores e a minha filha não é dada a esportes… Nisso, não parece nada com a mãe (rs).

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” Após o divórcio, com 3 filhos e aos meus 30 anos, voltei a dropar os half pipes novamente e não parei mais. Já são 18 anos e agora o objetivo é para se manter andando e na ativa sem pressão, Just for fun”

Qual significado do skate pra você e o que a faz andar até hoje?

A vida é cheia de escolhas e consequências e o skate foi uma ótima escolha! Me tirou do meu bairro me levou a outros países onde fiz novos amigos e tive ótimas experiências. Me expandiu e hoje parar de fazer algo que me faz bem é querer tirar uma das minhas partes que mais gosto. Lógico, ando com pouca frequência, me cuido para não me machucar, mas parar não!

Ficamos velhos, fato! Mas envelhecemos de acordo com nossa escolhas também. Quero o skate dentro e fora de mim o máximo possível.

Skate no pé Sempre!

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“Essa foto estou eu, Sérgio Negão, Fernandinho Batman, Limpa Trilho, Paulo Anshowinhas, Nê de Jacareí e uma galera local. Fomos incentivar o skate em Pelotas, a convite do amigo Luis Shaun, última cidade do Brasil lá embaixo no Rio Grande do Sul”

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Vídeo de Divas Skateras

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