ENTREVISTA: LÚCIO MOSQUITO

03-05-2009

por Paulo Costa
fotos: Arquivo pessoal e acervo Ilzeli Confessor
ELE FOI O PRIMEIRO SKATISTA NORDESTE A TER DESTAQUE NA CENA BRASILEIRA PROFISSIONAL, COM UMA CAR as bases das minis de Aracajú. REIRA DURADOURA E VITORIOSA. NO SKATE DESDE 1988, EM MEADOS DOS ANOS 1990, QUANDO O SKATE NO BRASIL COMEÇAVA A RETOMAR O CRESCIMENTO, MOSQUITO CHEGOU A CATEGORIA PROFISSIONAL. ANTES TEVE UMA LONGA E VITORIOSA CARREIRA NA CATEGORIA AMADOR, DENTRO E FORA DAS COMPETIÇÕES PELO NORDESTE. SEMPRE QUIETO, MOSQUITO DEIXAVA SEU SKATE TÉCNICO E DE ALTO NÍVEL FALAR POR ELE.
O VETERANSKATE CONTACTOU LÚCIO FLÁVIO SANTOS, ESSA LENDA VIVA DO SKATE NORDESTINO, PARA SABERMOS MAIS UM POUCO DE SUA CARREIRA COMO SKATISTA, OPNIÕES E VIDA ATUAL. 

O amigo André Genovesi tem a chave da pista da Hurley em Costa Mesa-CA. Mosquito aproveita as sessões privilegiadas. Mellon na Califónia com

Smith grind na Toca do Mosquito. Foto by Ilzeli Confessor
E ai Lúcio Flávio, como foi que tudo começou no skate?
Eu e meu irmão surfavamos e tinha um cara da nossa rua que começou a andar de skate, ai montamos um com ele com o resto dos patins que sobrou do dele (ele usou os 2 eixos p/ ele e eu e meu irmão fizemos outro p/ gente). Era daqueles com uma madeira daquelas que cortamos na serra mesmo… (RS).
Qual a origem do apelido?
Esse mesmo amigo(Ricardo) me chamava de Mosquito porque quando íamos surfar eu era o menor da turma. Nem conseguia levar minha prancha.Ele que levava p/ mim.
Quais skatistas te influenciaram no início e no decorrer da sua carreira?
No começo de carreira foi o Renato Cupim, Rui Muleque, Alexandre Ribeiro, Frankie Hill e Matt Hensley. Depois foram o Tarobinha,Chupeta, Kris Markovich, Mike Carrol, Eric Koston, Pat Duffy, Rick Howard, Danny Way, Colin Mckay(eu também dava uns roles no half…rs). No geral todo o time da Plan B original, mas a minha maior influencia de todos era o Hensley mesmo.
Seus pais sempre te apoiaram, não? Lembro deles sempre com você nos eventos aqui em Natal, João Pessoa…
Sim. Meu pai queria que eu fosse jogador porque ele tinha um time de futebol de salão. Quando começamos a surfar ele não gostou nem um pouquinho da idéia. Minha mãe comprou pranchas de isopor p/ gente escondido, ai um dia quando meu pai foi na praia ele me viu de pé descendo uma onda boa numa prancha de isopor(tinha cordinha de varal e passava ate parafina…rs). No outro dia ele foi com a gente numa fabrica de pranchas e comprou duas pranchas p/ gente. Eu fiquei na pilha do surf, meu pai levando na praia de manha e pegando a noite até uns 12 anos de idade quando comecei a andar de skate.Comecei em marco de 1988 e em outubro rolou o primeiro campeonato. Fiquei em primeiro no iniciante e terceiro no amador(na época podia competir em 2 categorias). A partir dai meus pais montaram loja de skate, me apoiaram me levando em todos os eventos ao redor do nordeste e mandaram eu e meu irmão p/ SP p/ passar temporadas e competir. Depois veio a pista lá de casa também…eles foram essenciais na minha carreira!!!

Com os pais e a lenda Christian Hosoi
Seu irmão Laerte, também começou junto?
Sim… ele foi muito bom surfista. Fez finais em campeonatos sergipanos de surf. Andávamos de skate juntos também, mas, quando ele ficou com uns 16 p/ 17 anos deu uma desencanada.Mas ele andava bem para caramba também…só nunca aprendeu a dar flip…rs
E a idéia da loja com área de skate foi logo que você começou a andar?
A loja começou da idéia de transformar a boutique de minha mãe numa loja de skate já que em Aracaju não existia uma skateshop no final de 1988. Já a pista veio quando eu já tinha recebido umas propostas de passar p/ pro dumas marcas do sul, mas eu era muito novo e meus pais seguraram ate eu ter uma idade e estudo melhor p/ tomar uma decisão, afinal de contas afeta muito os estudos. O projeto da pista era uma área p/ eu treinar mesmo já que na época não tinha skatepark em Aracaju só half publico(tinha uns 2 já). O Renato cupim veio p/ dar uma demo em Aracaju(fomos em Natal também) e começamos a escolher o local e alugamos uma casa.O cupim projetou tudo, mas nunca chegou a andar la…foi embora quando estava quase pronto. Ate hoje ele lamenta isso…rs.

Mini rampa da Toca do Mosquito que serviu de base pra toda uma geração de Aracajú. By Ilzeli Confessor

Você sempre esteve nos eventos pelo Nordeste, nas primeiras colocações, ganhou vários… Fale sobre suas lembranças dessa época.
Eu lembro que a primeira vez que eu fui num campeonato for a do estado eu nem sabia o nível dos caras. Fui p/ salvador e eu já ouvia falar de John-john, Andre lagartixa, Fred “Diabo louro”…eu pensava:”vou la e ver se da p/ ir na final pelo menos”…ganhei! Nesse mesmo ano fui campeão, Baiano, Sergipano e nordestino… Comecei a competir em todo lugar do Nordeste…. Lembro alguns que perdi, uns 2 ou 3 durante 6 anos como amador. Fui 5 x campeão nordestino amador. Em 1994 corri as 3 primeiras etapas e ganhei as 3 e já era campeão de novo ai o Tarobinha falou:”E ai?Vai ficar querendo ganhar só aqui no nordeste ate quando?” Foi ai que me liguei que tinha chegado a hora e passei p/ pro no meio de 1994.

Quais skatistas te impressionavam e quem foi um páreo duro na época?
No Nordeste só tinham 2 caras que realmente eu gostava de ver andar: John-john de Salvador e Glauco de Aracaju. Eles eram muito bons mesmo, mas não sabiam competir muito.

No período em que tínhamos um circuito estadual sólido aqui em Natal, você sempre aparecia com Adelmo Jr (na época Juninho ET), Cara de Sapo também veio e mais uma galera. Que lembranças você têm desta época, os skatistas…
Sim, na época eu patrocinava o Juninho (fui o visionário a ver que ele tinha futuro.rs) e Cara de Sapo era da Venice ia com Sergio Guerra…era legal que o pessoal de Aracaju sempre ia nos eventos pelo nordeste.Lembro que tinha uns caras bons em Natal…O Tiburcinho (Alberto Tiburcio, skatista Natalense que tinha como característica técnica e elasticidade) tinha muito estilo,apesar das caneleiras que ele usava…rs. Tinha o Gia de Campina Grande, Ferbson e o Tomazone de João Pessoa…o Charles (Andrade) de Natal foi um dos caras que mais andava…streteiro puro! Lembrava o Mike Carrol.

No SSW/Hosoi de Street Skate em 1993, Mosquito estava presente com Juninho ET(Adelmo JR) e Cara de Sapo, que seriam mais tarde conhecidos como a Aracajú Family, e mais uma galera que veio de Aracajú. Na foto Mosquito recebendo do Paulinho(RIP), repersentante da Hosoi na época, a premiação de 1° Lugar na categoria Amador.
Inclusive Charles Andrade foi um dos primeiros caras a explorar e andar bem de switch stance no Nordeste…
Sim, com certeza! Eu lembro que ele morava no Rio e ele teve acesso a vídeos mais rápido. Quando voltou ao Nordeste ele já andava de switch enquanto nos ainda estávamos vendo o primeiro Plan B p/ começar a aprender, além disso ele ainda tinha muito estilo! Foi um grande nome do skate Nordestino também. Só não apareceu na mídia porque ele era muito underground.
E a passagem pra categoria profissional? Como foi a chegada lá em SP? Pois, até então, aqui no Nordeste, só Marcelo Agra tinha (Skatistas Pernambucano dos anos 1980) chegado a categoria…
Eu já tinha ido a SP correr de amador, mas nunca deu certo porque tinha muita “panela”. Eu acertava as minhas linhas inteiras e não passava. Certos amadores famosos da época erravam tudo e passavam…isso era ruim e bom porque foi dai que resolvi correr de pro porque sabia que iam ser só uns 60 p/ ser julgados…prestariam mais atenção. No amador eram 200 a 300 pessoas competindo…os juízes nem olhavam os atletas andarem. Era uma palhaçada! Então, o Marcelo Agra tinha passado p/ pro, mas não era muito conhecido porque não chegou a competir. Naquela época p/ ser pro tinha de competir (ainda bem que isso mudou no Brasil). Quando passei p/ pro já competi na minha primeira semana e fiquei em segundo lugar na eliminatória e quarto na final. Dai fui p/ Europa na outra semana, foi tudo muito rápido!
Europa não estava programada. Era só p/ correr em Curitiba mesmo, dai com o resultado de quarto lugar, meu pai se empolgou e comprou a passagem p/ o mundial que ia ser na outra semana.

180 fakie nose grind. Pista da Hurley
E ainda rolou um flipão descendo a escadaria na Alemanha… Falai.
Hoje em dia pode parecer ate banal falar disso, mas, lembro que no campeonato os gringos só andavam na escada nos treinos para filmar. Dei um flip na volta o que foi meu passaporte p/ a final já que só saia ollie na hora da volta e olhe La (rs).
Na época que você passou morando em SP foi um período de baixa do skate? Como foi aquela fase?
Na realidade não. O período de baixa no skate foi quando minha pista tinha mais ou menos 1 ano…fim de 91. Lembro que por um ano mais ou menos só andava eu, Vavinho, Venturinha e Juninho (Adelmo Junior), o resto todo mundo parou de andar nessa época. Foi a baixa do skate, mas foi bom. Foi à época que mais evoluímos e aprendemos andar de mini rampa de verdade.

switch heel flip no streetão. By Heverton Ribeiro
Lúcio Ceguinho disse que em 1997 morou um tempo com você na Formula, que era bem difícil se manter…Você foi tutor do Ceguinho lá?(rs)
Quando o Ceguinho chegou lá eu já era meio que macaco velho no esquema de ser pro. Eu já sabia andar em SP p/ todo lugar. Íamos andar sempre na pista de são Caetano do Sul. Eu sempre ligava p/ os fotógrafos e agilizava alguém p/ filmar nossas sessões. Ele poderia ter se dado muito bem se não tivesse voltado p/ o Nordeste. A gente andava pela Formula e moravamos c/ eles sem ter de pagar aluguel, o que já era um grande adianto porque em SP tudo e muito caro,especialmente aluguel.Eu não sabia se era difícil p/ ele porque nunca soube quanto ele ganhava,mas p/ mim foi a época que eu mais ganhei $$$. Meus modelos de shape, tênis e camisetas vendiam muito e eu sempre estava nas cabeças nos campeonatos. Foi a melhor parceria na minha carreira foi a Formula! Eles são como família p/ mim ate hoje… Devo muito a eles por tudo que eles fizeram por mim!!!
E o desempenho nas competições aqui no Brasil? Fala um pouco.
Na época salário de profissional de skate mais de 50% vinha de competições… no meu caso mais do que 80%! Se você não se dava bem em campeonatos, você pagava p/ andar de skate porque os patrocinadores não davam valor p/ o atleta que não fizesse final….0s top 10 estavam vivendo de skate e os outros Pros sofria do skate, mas, ainda bem que tudo isso mudou porque na realidade o trabalho de fotos e vídeo devem contar muito mais. Hoje em dia quase não esta tendo competição profissional e olha o nível da geração nova é impressionante!
Como foi seu desempenho nos circuitos pro aqui no Brasil?
Duas vezes vice-campeão Brasileiro (1994 e 1996)
3° do ranking de1995
4° lugar do ranking 1997
11° lugar do ranking de 1998
4° Lugar no ranking de 1999
Se não me engano você teve boas colocações nas competições ai, eventos de destaque como o Xgames, porém, ao contrario dos seus conterrâneos, deu uma sumida. O que houve?
Tive algumas boas colocações em triagens de x-games…por politicagem nunca tive acesso aos x-games em si. Fiquei em 23 em Tampa, mas os melhores resultados internacionais foram Canadá (20 lugar) e Europa mesmo (16 na Inglaterra e 23 na Alemanha em 1994 passei em 4 direto p/ final).
Desde a época que morei em SP comecei a viver uma vida muito da noite e atleta não pode ter esse ritmo! Quando vim p/ ca já não tinha mais o mesmo pique, virava muita noite na balada, bebia muito…estava vivendo uma vida de rockstar. Mulherada, festa, só não tinha droga, nunca gostei! Mas bebida, passei dos limites!! Isso atrapalhou muito na minha carreira.

Este pipe foi o que Bob Burniquist fez o looping sem auxilio de drop, com o próprio impulso. Mosquito pegando os poderes. Casa do Bob. By Alexandre Viana-100% Skate

 

Esse ponto das competições reforçarem o salário é interessante. Você não acha que os próprios skatistas tentam minimizar a importância da competição no skate? Lógico que o skate é muito mais que competição, porém, você não acha que o skate e os skatistas perdem muito com a falta delas? Principalmente a categoria profissional?
Competições são sempre importantes em qualquer esporte. Lógico que no skate não seria diferente. É o que gera novos adeptos, atração da mídia, cria ídolos e retorno aos patrocínios. Não estou fazendo apologia a extinção de competições no skate, mas sim delas não serem o foco principal para o atleta.
O skate e um esporte que não para de evoluir nunca. Tanto em manobras, como em lifestyle ou moda. Quando as pessoas centram muito em competição, ate atrasa a evolução dela. Eu mesmo evoluía bem mais na época que eu não tinha compromisso com competições, isto e, na época de amador.Como profissional tinha época que eu estava tão focado em não errar nas competições que eu vivia “treinando” a mesma manobra sempre, e ai esta o perigo, parar a evolução do atleta. No meu ponto de vista campeonato e títulos são apagados da memória em um curto espaço de tempo. Garanto que a maioria que ler esta entrevista nem sabe quem sou mais (rs). Mas vídeos e revistas são eternos! O Matt Hensley pulando uma mesa de cabalerial em 1990 nunca vai ser esquecido, o fifty do Pat Duffy no corrimão de tranco no Plan B é eterno, o switch b/s 180 de Brian Wenning no Love Park,os corrimãos desafiados pelo Fabio Sleiman, Wolney e Biano também são exemplos. Cada revista, cada vídeo é guardado em sua coleção p/ sempre! Ou vai me dizer que você jogou as revistas e os vídeos fora?!? (rs) Não! Você lembra cada parte de cada vídeo, esta na sua memória. Quem ganhou o circuito brasileiro de 1991? Já não importa mais porque você nem lembra!!!!

Realmente tenho um monte de velharias aqui de vídeo e revista que não vendo por nada! Competir constantemente e estar sempre evoluindo, fazendo coisas novas e inéditas é bem difícil… Isso acontece no surf onde os competidores usam sempre o surf clássico…

Quando veio a mudança pros EUA?
Em marco de 2001.Tive a proposta de entrar na marca de tênis PTS e me chamaram p/ vim correr o tampa pro e morar aqui p/ fazer um trabalho com a marca. Vim e não voltei mais.

Existe um vídeo com o pessol da equipe em Aracaju. O que houve com a marca? O Kao Tai (skatista old school brasileiro a muitos anos nos EUA) era o menager, não?
Então, eu mudei pros EUA em março de 2001. Adivinha o que aconteceu em setembro de 2001??? World Trade Center…um monte de marca cortou orçamento, deu uma zoada na economia. A PTS acabou naquela mesma época…começo de 2002.O Kao Tai continuou a trabalhar na Topwin (Distribuidora dona da PTS) e não tivemos mais contato. Sei que ele anda de skate em tudo que piscina na Califórnia(rs).
Mas ele foi uma das pessoas que me ajudaram muito aqui. Ele e o Edsinho da Connexion Wheels.

Vc se adaptou bem ai?
No começo foi difícil, mas, como em todo lugar tem o s seus pros e contras, e no final das contas, são muito mais pros do que contras viver aqui(rs)

Mesmo nesse período de crise?
Eu tinha comprado uma casa com o Edsinho aqui em 2005, perdemos a casa no final de 2007. Ganhava mais no meu emprego que eu tinha antes, etc.
Mas, como falei, mesmo com a crise aqui ainda tem muitos pontos positivos como violência e criminalidade baixa, educação e muitas outras coisas.
Gosto de poder planejar o que vou fazer e os EUA é um paí que te permite isso. A crise é difícil, mas vim de um país que vive em crise e ninguém reclama. No Brasil se tem cerveja,carnaval e futebol esta tudo certo. Aqui o diferente e que todo o mundo sabe que esta em crise porque é EUA e reflete no mundo inteiro. Mas brasileiro e guerreiro e por isso p/ mim não faz diferença!!!!

360 kick flip

Você também é Cristão. Como se deu esse encontro com Cristo?
Por isso vim parar nos USA! Era o plano Dele. Aqui encontrei pessoas que eram servos e que Deus usou a vida deles pra me mostrar o caminho Dele. Comecei a andar c/ Andre Genovesi, que tinha se convertido a uns 3 anos e ele tinham um estudo bíblico, eu não sabia… Juninho ia também no estudo. Comecei a freqüentar e me converti, para gloria de Deus, me batizei, e ate hoje temos estudo bíblicos com a galera Cristã aqui de Brasileiros. Vou na Igreja, leio a palavra….Jesus mudou minha vida! Ele e tão misericordioso que mudou a vida dos meus melhores amigos (Andre Genovesi, Felipe Buchecha, Tarobinha, Simao, Fabio Anjinho, Rudá Lopes e Edsinho) e da minha namorada na época que e mãe do meu filho hoje. E vai mudar a vida de minha família também porque está escrito: ”Será salvo tu e tua casa” (Atos, 16:31).

Existe uma quantidade de skatistas Critãos ai, não? Muitos caras das antigas como, Cabalero, Eddie Reategui…Eddie Elguera é pastor…
Sim. Meus pais ficaram fascinados de ver quanto skatista famoso e Cristão. Eu vou numa Igreja que se chama The Sanctuary. O Pastor principal e skatista de piscina das antigas, o Jay Hazlip. Os outros pastores que são parte dessa Igreja são o Christian Hosoi, Brian Sumner e Shawn Mandoli. Nos cultos sempre estão o Paul Rodriguez, Jereme Rogers, Sierra Fellers, Josh Harmony, Ray Barbee… O Terry Kannedy, Eddie Reategui e Dave Duncan começaram a ir agora.

Você tem consciência da sua importância pro skate não só de Aracaju, mas do Nordeste, uma vez que você rompeu várias barreiras influenciando outros…
Eu nunca tinha pensado muito nesse ponto ate a minha primeira entrevista numa revista de skate nacional, a Tribo Skate. Hoje em dia eu fico orgulhoso de ter ajudado a fazer parte dessa historia e ter mostrado ao eixo Sul/ Sudeste que temos grandes skatistas no Nordeste e isso abriu a visão do mercado p/ todo o resto do Brasil. A melhor parte e que temos muitos skatistas de todo Nordeste levando adiante essa semente que foi plantada a 15 anos atrás! Sempre acompanho o trabalho dessa nova geração, principalmente de Aracaju, que vem elevando nível do skate na região. O Charles (JN Charles) de Aracaju e o meu favorito dessa nova leva….talento natural(Born to skate)

Como é sua vida hoje? Que espaço o skate tem em sua vida hj?
Tenho minha família (meu filho Mateus tem 1 ano), trabalho como gerente de um restaurante pela manhã e a tarde com uma empresa de Network Marketing. Surfo (quando não e inverno) nos sábados pela manhã, ando de skate sempre que tem uma galera p/ ir numa pista perto ou vou sozinho mesmo. Não da p/ esperar a galera porque eles sempre vão andar longe e eu não tenho saco de dirigir, ou eles estão viajando. Ando mais com o Juninho (Adelmo) e o Cara de Sapo mesmo. Mas skate esta sempre presente na minha vida…acompanho todas revistas e vídeos dos EUA e Brasil.

Sente falta de estar no skate profissional?
Só não sinto falta de cobrança de patrocinador por causa de campeonato (rs). Sentia falta no começo. Aquela coisa de viajar com os amigos, andar em picos diferentes, conhecer lugares, não ter de acordar cedo e ainda ter $$$ no fim do mês. Sem ter de trabalhar num trabalho normal. Isso e ser skatista profissional! É lógico que qualquer um iria sentir falta(RS). Se você ainda e pro, aproveite, porque tudo passa….
Mas com o tempo isso passou porque você começa a viver outra história, apesar de ser totalmente diferente, é a sua realidade.

 

Switch Krooks. Pista da Hurley. By Augusto Formiga
Pretende voltar pro Brasil?
Não tenho nenhum plano de voltar de vez ainda. Vou no verão de 2010 levar o Mateus e a Marina p/ passear um pouco e conhecer a família La(Meus pais já conhecem, estavam aqui quando ele nasceu). Mas estou bem estabilizado aqui por enquanto fica assim mesmo. Quem sabe, talvez, num futuro próximo.
Pra finalizar, com sua experiência, que recado você deixa pra quem ta começando e/ou está na ativa hoje?
Andar de skate tem de ser divertido! Se você não esta se divertindo, algo esta errado. O profissionalismo, viagens, dinheiro são somente conseqüências do que você esta fazendo por amor.Skate é um estilo de vida.Você ainda vai aprender e ensinar muito através dele!!!
Nunca deixe ninguém dizer que vc não pode. Sua mente e muito mais poderosa do que vc pensa. Barreiras são feitas p/ serem ultrapassadas!!!
Agradecimento?
Primeiramente ao meu Senhor Jesus, meu Salvador, por todas as bênçãos que Ele me concedeu nessa vida,meus pais(Laerte e Enalva) e irmão(Laerte Junior),muito obrigado pelo apoio contínuo, apesar da distancia. Sem eles eu nunca estaria onde estou. Minha esposa Marina e meu filhão Mateus que me completam em tudo. Todos meus amigos que conheço e convivi ao passar desses anos (não vou citar nomes porque são inúmeros e não seria justo deixar ninguém de fora).
Ex-patrocinadores: Narina (Gilberto), Flywalk (Tula), Rude Boy (Paulinho, Edsinho e Marco Fratea), Crail (Serginho), Santa Cruz (Plinio Curi e Yuppie), Formula (família Lourenço), Inc 3 (Fabio Lourenço) , PTS(Kao Tai), Split (Davi Patri), Osiris(Greg) e Connexion Wheels (Edsinho). Muito obrigado mesmo pelo suporte!!!
4 (2) - Cópia


Comentários

ent.getElementById('fb-root').appendChild(e); }());