NARINA TEAM NE
por paulo costa/veteranskater
Visão! Esse é um requisito necessário e obrigatório pra construir uma empresa de sucesso e é a palavra pra definir a Narina Skates com relação ao Nordeste brasileiro nos longínquos anos 1980.
Naquela década, o skate mundial passava por uma excelente fase e o Brasil acompanhava aquela estabilidade do lifestyle/esporte com grandes eventos, skatistas com um excelente nível nas várias e diferentes modalidades, 4 revistas circulando a nível nacional, marcas com equipes grandes e vários ídolos.
Essa era a realidade do cenário brasileiro sul/sudeste. Isso mesmo! Isso significa que no Nordeste e Norte brasileiro a realidade era bem diferente. Sim, o skate também estava consistente e crescendo, porém, o cenário nordestino era de poucas lojas, escassos patrocínios, pouquíssimas equipes e mídia inexistente. A única exceção era com relação as competições, pois graças ao trabalho da ASKN (Associação de Skate Norte-Riograndense) tínhamos um calendário de competições regular nas modalidades street e Vertical, o que atraia toda uma legião de skatistas do Norte/Nordeste para o RN, que vinham participar do Circuito.
Com muito esforço alguns competentes skatistas conseguiam apoio e/ou patrocínios locais e de uma ou outra marca do eixo sul/sudeste que tinha sanguenoszóio e investia timidamente no N/NE. Nesse cenário, a Narina (empresa que estava entre as 5 maiores da indústria do skate brasileiro) vem com uma proposta ousada: formar um time forte, com representantes de cada um dos estados do Nordeste! Em alguns casos 2 por estado nas modalidades Vertical e Street.
O Potiguar Ilzeli Confessor que era representante comercial da marca para o Norte/Nordeste e que conhecia como ninguém a cena e os skatistas dessas regiões, foi o responsável por formar o “Dream Team” da Narina Skates. Os escolhidos foram; Rodrigo Maluf e Clênio (MA), Charles Reginaldo (CE), Ilzeli Confessor e Jameson Magalhães (RN), Fabio Câmara e Allyson Ossada (PB), Marcelo Agra (PE), Delavy Tenório(AL), Lúcio Mosquito e Adelmo Jr (SE) e Paulo Sidarta (BA).
Os skatistas da marca recebiam um excelente suporte com todos os produtos que a marca comercializava como confecção, equipamento de proteção, skate bags, mochilas, rodas e acessórios que chegavam rigorosamente no período marcado! Como se não bastasse a marca ainda estava sempre patrocinando eventos nas regiões N/NE e o resultado desse grande investimento foi a evolução do skate como mercado e dos skatistas, uma vez que a evolução dos membros da equipe puxava o nível local pra cima. Para a marca sobrou “apenas” a liderança no mercado nordestino.
O estratégia tinha dado certo, até que em 1990 surgiu o Plano Brasil Novo, conhecido como Plano Collor (o presidente era Fernando Collor de Melo, atualmente senador da república) que destruiu a economia do país e acabou com a jovem indústria do skate brasileiro e a Narina passou a ser representada no Nordeste por Lúcio Mosquito e Adelmo Jr de Aracajú (SE).
O cearense Chales Reginaldo (RIP) era destaque no street e vertical e está entre os primeiros profissionais nordestinos. Chales viria a ser um dos responsáveis pela organização do skate no Ceará, onde a atual situação do esporte no estado, que tem inúmeras pistas, teve total influencia do seu trabalho. Chales faleceu em um acidente quando trabalhava pelo skate em seu estado.
A estratégia ousada da Narina nos anos 1980 marcou e faz parte da história do skate nordestino. Uma história vitoriosa que mostra o comprometimento da marca com o skate brasileiro nos últimos 30 anos e explica o motivo pelo qual a marca vem retomando o seu espaço na indústria do skate nacional.
Parabéns pelos 30 anos e obrigado por acreditar no skate nordestino e brasileiro sempre!
SOCIAL
Siga-nos nas redes sociais